Sistema de Agricultura discute plano de combate integrado para proteção da sericicultura
Atividade envolve 10 mil pessoas em pequenas propriedades. As amoreiras que alimentam os bichos-da-seda correm riscos devido ao desvio de gotas de produtos químicos aplicados em grandes culturas. Plano de combate reúne poder público e iniciativa privada.
O Sistema de Agricultura do Paraná deu um impulso nesta quarta-feira (19) às ações de combate à deriva de defensivos agrícolas em relação à sericicultura. Um evento online reuniu as entidades que formam o Sistema (Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, IDR-Paraná, Adapar e Ceasa), lideranças das principais entidades ligadas ao setor e produtores de seda para discussão de um plano de trabalho com ações integradas.
Deriva é a denominação para o desvio das gotas durante a aplicação de produtos químicos, fazendo com que, pela força do vento, se espalhem em direções indesejáveis. Os reflexos mais sérios são observados nas cadeias da sericultura, fruticultura, particularmente a uva, cultivos orgânicos e apicultura, em razão da coexistência no mesmo ambiente geográfico com culturas como cana-de-açúcar, mandioca, soja e milho.
Além da sericicultura, os reflexos mais sérios da deriva são observados nas cadeias da fruticultura, particularmente a uva, cultivos orgânicos e apicultura, em razão da coexistência no mesmo ambiente geográfico com culturas como cana-de-açúcar, mandioca, soja e milho.
“A questão da deriva é um problema real e complexo, exige conhecimento, consciência do produtor, empatia para pensar no vizinho quando estiver aplicando agrotóxico, qualificação do aplicador, atenção e responsabilidade permanente dos técnicos e dos agricultores”, disse o diretor técnico da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Rubens Niederheitmann. “Não depende de uma ação apenas, mas de um trabalho integrado e do comprometimento de todos os atores do processo.”
AÇÕES – O plano já começou a ser colocado em prática e consta, entre outras ações, da elaboração de uma minuta de portaria, em fase de conclusão; a criação de um aplicativo, que está em estudos, para georreferenciar todas as propriedades que desenvolvem a sericicultura ou que tenham plantação de amoreiras no Estado; além de um trabalho, também em andamento, de capacitação de técnicos e agricultores; e da inspeção dos pulverizadores agrícolas.
“Há falta de conhecimento sobre o uso da tecnologia de aplicação, mas temos de resolver isso, sobretudo de forma preventiva, para que a gente não gaste energia nas ações corretivas”, afirmou o coordenador regional Noroeste do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná), Cristivon Ripol.
O presidente do instituto, Natalino Avance de Souza, destacou que a resposta para o problema está sendo organizada com competência. “Estamos construindo um referencial sobre como lidar com essa questão da deriva de agrotóxico no Estado, uma ação de garantia de convivência harmônica de atividades importantes para o Estado”, afirmou. Segundo ele, a mesma atenção será dedicada a outras cadeias que também são impactadas por esse problema.