Investimento de R$ 1,2 milhão amplia cuidados sobre recursos genéticos do IDR-Paraná
Com esse recurso, o Instituto vai adquirir uma câmara fria destinada ao setor de conservação de recursos genéticos vegetais, importante para a ampliação do conhecimento científico voltado ao desenvolvimento da agricultura paranaense.
O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) acaba de receber R$ 1,2 milhão para a aquisição de uma câmara fria destinada ao setor de conservação de recursos genéticos vegetais. Eles são do Fundo Paraná, do Governo do Estado, criado para apoiar o desenvolvimento científico e tecnológico.
O diretor-presidente do Instituto, Natalino Avance de Souza, disse que este aporte é importante para a ampliação do conhecimento científico voltado ao desenvolvimento da agricultura paranaense. “Conservar a biodiversidade agrícola é crucial para a criação de novas cultivares comerciais e o estudo de espécies com potencial para o futuro, como crotalárias, forrageiras, plantas medicinais e leguminosas para alimentação humana”, explica.
Segundo o engenheiro-agrônomo José dos Santos Neto, responsável pelo setor, o equipamento a ser adquirido opera em temperatura de 20 graus negativos e possibilita conservar espécies por mais de 30 anos. “Essa aquisição vai ampliar e modernizar a estrutura para manutenção dos nossos bancos de germoplasma”, afirma.
“Um banco de germoplasma é um reservatório de variabilidade genética”, diz Santos Neto. No jargão especializado, germoplasma se refere a qualquer estrutura capaz de carregar o conjunto de informações genéticas de uma determinada espécie – geralmente a semente, mas também podem ser ramos, plântulas ou outra porção física com capacidade reprodutiva.
O banco de germoplasma do IDR-Paraná é composto atualmente por 123 espécies e mais de 25 mil acessos – que é como os técnicos denominam cada amostra –, com destaque para as coleções de arroz, feijão, café, milho, plantas para adubação verde e cobertura do solo, trigo, aveia, mandioca, citros, maçã, ameixa, abacate, maracujá e medicinais.
“Esse repositório possibilitou o desenvolvimento de mais de 200 cultivares, o que permitiu ao Paraná aumentar a produtividade e sustentabilidade de sua agropecuária, reduzir a utilização de agrotóxicos e produzir alimentos mais baratos e seguros para a sociedade”, afirma Santos Neto.
ESTRUTURA – O Setor de Recursos Genéticos Professor Ernesto Paterniani, localizado na sede de pesquisas do IDR-Paraná, em Londrina, conta com edifício preparado para receber câmaras frias para conservação de longo e de médio prazo, laboratórios de apoio para caracterização e documentação, câmara de conservação in vitro e espaços protegidos para multiplicação e regeneração de acessos.
FUNDO PARANÁ – O Fundo Paraná foi criado para apoiar o desenvolvimento científico e tecnológico. É constituído por 2% da arrecadação tributária do Estado e gerido pela Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).