Em seis meses, Lacen processa 13.298 amostras de vírus respiratórios

Em cada uma das amostras foram pesquisados sete vírus, gerando 93.086 pesquisas. Os principais encontrados foram o rinovírus, Vírus Sincicial

Em cada uma das amostras foram pesquisados sete vírus, gerando 93.086 pesquisas. Os principais encontrados foram o rinovírus, Vírus Sincicial Respiratório, Influenza A e SARS-CoV-2. As análises contribuem para o conhecimento e monitoramento da circulação viral.

De janeiro a junho de 2024 o Laboratório Central do Estado (Lacen) analisou 13.298 amostras para vírus respiratórios, o que revelou positividade média de 50%. Em cada uma delas foram pesquisados sete diferentes vírus, gerando 93.086 pesquisas. As análises de vírus respiratórios contribuem para o conhecimento e monitoramento dos períodos de circulação viral no Paraná. Os principais vírus encontrados foram o rinovírus, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Influenza A e SARS-CoV-2.

Os resultados dos diagnósticos realizados no laboratório são liberados em até sete dias. Ao realizar a pesquisa simultânea desses vírus na mesma amostra, a capacidade produtiva é aumentada e os custos são reduzidos, contribuindo para uma resposta epidemiológica mais rápida e precisa, acompanhando, assim, a sazonalidade de cada um dos vírus respiratórios circulantes.

As análises são feitas por meio da metodologia de RT-qPCR, padrão ouro para pesquisa de vírus respiratórios. Neste procedimento é possível identificar o RNA viral presente na amostra respiratória especialmente durante os primeiros cinco dias de infecção. De acordo com dados do Lacen Paraná, o período de maior sazonalidade desses vírus são os meses de maio a julho. O diagnóstico identifica os vírus da gripe, Covid-19, bem como rinovírus, adenovírus, metapneumovírus, VSR, que causam uma série de infecções respiratórias.

Guilherme Nardi Becker, farmacêutico do setor de vírus respiratórios do Lacen, diz que o número de amostras aumentará. “Ainda estamos no período sazonal favorável à proliferação dos vírus, logo a tendência é que aumente. No ano passado, por exemplo, passamos de 28 mil amostras. Esse número está dentro da variação esperada, levando em consideração a sazonalidade dos vírus respiratórios”, complementa.

PROCESSO – O Lacen/PR recebe diariamente amostras de todas as regiões do Estado para testagem de vírus respiratórios. A Vigilância Laboratorial é realizada em casos de pacientes graves e internados (Síndrome Respiratória Aguda Grave), óbitos, gestantes, investigação de surtos e mais cinco amostras semanais de cada uma das 34 Unidades Sentinelas – instaladas em Unidades Básicas de Saúde (UBS), que atuam com com critérios de monitoramento estabelecidos pelo Ministério da Saúde (MS).

As amostras respiratórias são coletadas por um meio de transporte específico (distribuídos às Regionais de Saúde pelo Lacen) e recebidas pelo Setor de Gerenciamento de Amostras, que realiza a conferência de cada uma em relação à identificação, cadastro e documentação em um processo denominado de triagem. Após a conferência, as amostras são encaminhadas para o Setor de Vírus Respiratórios.

“Atualmente, o Lacen/PR possui equipamentos automatizados e processos que permitem que a amostra primária que chega ao laboratório seja a mesma utilizada para análise do material, gerando uma melhoria nos processos internos, garantindo maior segurança ao resultado e à equipe que processa o exame”, explica Célia Fagundes da Cruz, diretora da unidade. “Essa produtividade é alcançada graças aos processos automatizados utilizados desde o processamento da amostra até a liberação dos laudos”.

UNIDADE REFERÊNCIA – Além da testagem para os vírus respiratórios, a unidade também realiza testagem de arbovírus, HIV/hepatites, coqueluche, doenças diarreicas, resistência bacterianas, meningites, tuberculose, doenças fúngicas, raiva, doenças zoonóticas além do Controle de Qualidade de Baciloscopia.

Situado em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, o Lacen foi fundado em 1894, pelo médico Trajano Reis. Em dezembro deste ano completa 130 anos e é o segundo laboratório mais antigo do Brasil.

De 2019 a 2022 a unidade teve um investimento de R$ 8,85 milhões em equipamentos e, em 2023, houve incremento no valor de R$ 922 mil para itens laboratoriais. Somente neste ano já foram investidos mais de R$ 2,7 milhões, sendo R$ 2,22 milhões em equipamentos de refrigeração para armazenar amostras e reagentes e R$ 539,95 mil em equipamentos para as análises.(AEDN).