Bióloga do Projeto Onças do Iguaçu ganha prêmio internacional pela conservação da fauna silvestre na América Latina
Bem recentemente demos uma excelente notícia referente ao trabalho realizado pelo Projeto Onças do Iguaçu, no sul do Brasil. Um
Bem recentemente demos uma excelente notícia referente ao trabalho realizado pelo Projeto Onças do Iguaçu, no sul do Brasil. Um censo revelou o aumento da população das onças-pintadas na região. Segundo o levantamento, em 2018, foram contabilizadas 105 felinos da espécie, no chamado “Corredor Verde”, que compreende áreas do Brasil e Argentina, um crescimento de 15% em relação a 2016, quando foram observados 90 indivíduos.
Agora, um prêmio internacional traz ainda mais reconhecimento ao trabalho realizado pelo projeto. A bióloga Yara Barros foi a vencedora do Ron Magill Conservation Heroes Award, que identifica a contribuição excepcional de profissionais e projetos à conservação da fauna silvestre na América Latina e no Caribe.
A premiação é concedida anualmente pelo Zoo Conservation Outreach Group (ZCOG), uma coalizão sem fins lucrativos de zoológicos, aquários e parceiros relacionados, dedicados a promover a vida selvagem e a preservação de habitat nas Américas.
A bióloga paulista, Yara de Melo Barros, trabalhou durante sua carreira toda em projetos de campo. Há dois anos faz parte do Onças do Iguaçu, do qual é coordenadora.
“É muito bacana ter esse reconhecimento internacional. Trabalho de uma equipe super dedicada”, comemorou Yara, em entrevista ao Conexão Planeta.
Como prêmio material, o projeto receberá equipamentos: armadilhas fotográficas e transmissores para armadilhas.
O trabalho realizado pelo Onças do Iguaçu não se restringe apenas ao monitoramento desses animais, mas engloba ações de educação e conscientização, fundamentais para que as pessoas possam entender a importância da conservação e do respeito às onças-pintadas e seu habitat para a sobrevivência de espécie, tão ameaçada.
Onças-pintadas: os maiores felinos das Américas
A onça-pintada (Panthera onca), também chamada de jaguar, originalmente era encontrada desde o sudoeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Atualmente, a espécie está oficialmente extinta nos Estados Unidos, é muito rara no México, mas ainda pode ser vista na Argentina, Paraguai e Brasil.
Devido à perda de habitat e a fragmentação da mata, provocados pelo desmatamento, pesquisadores chegaram a afirmar que a onça-pintada pode desaparecer da Mata Atlântica, como mostramos aqui, neste outro post.
A espécie já perdeu 85% de seu habitat e sobrevive em apenas 2,8% do bioma atlântico, em grupos muito pequenos: existem menos de 300 indivíduos.
Se nada for feito, acredita-se que, em 50 anos ela desaparecerá do país, ou seja, o terceiro maior felino do mundo e o maior do continente americano deixaria de ser visto pelas próximas gerações.
Por Suzana Camargo – Conexão Planeta