Maia diz que MP de Bolsonaro para asfixiar mídia não será votada
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a Medida Provisória de Jair Bolsonaro que desobriga empresas de publicarem balanço em jornais de grande circulação não deve nem chegar a ser votada e vai caducar
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, disse nesta quarta-feira (25), que a Medida Provisória de Jair Bolsonaro que tenta atingir a imprensa ao desobrigar empresas de publicarem balanço em jornais de grande circulação, não deve nem chegar a ser votada e vai caducar.
“Eu acho que tendência é que ela possa nem ir a voto”, disse Maia aos jornalistas que ainda criticou a MP afirmando que o poder público não pode editar medidas ou aprovar projetos que sejam “contra” alguém.
A medida provisória de Bolsonaro libera publicidade de balanços e editais na internet, de forma gratuita. Tal medida coloca em risco a sobrevivência de jornais como o Valor Econômico e também afeta publicações tradicionais como Folha e Estado de S. Paulo
Bolsonaro disse que a medida era uma espécie de “retribuição” à forma como foi tratado pela imprensa durante a campanha eleitoral e disse que isso levaria ao fechamento de alguns veículos, como o Valor Econômico.
Para Maia, no entanto, a medida atingiria os pequenos e médios jornais, de forma que haverá menos veículos circulando. “Não é o jornal Valor que vai acabar, vai acabar o jornal do interior”, disse. “Nós queremos que não apenas O Globo, Folha, Estadão, Valor continuem existindo, queremos que jornais continuem existindo”, acrescentou.
“Não podemos ficar utilizando desse tema por um problema numa relação que qualquer um de nós tem com um jornal. Imagina se eu fosse pautar a Câmara pelas críticas que eu recebo, muitas vezes, da imprensa”, enfatizou Maia.