Fama de “Diniz do Interior” e inspiração argentina: conheça o novo técnico do Juventude

Thiago Carpini ficou conhecido por conquistar o vice-campeonato paulista com o Água Santa neste ano e assumirá o time gaúcho.

Thiago Carpini ficou conhecido por conquistar o vice-campeonato paulista com o Água Santa neste ano e assumirá o time gaúcho.

Agressividade, competitividade, pressão na marcação e influência da escola argentina. Essas são premissas do novo técnico do Juventude, Thiago Carpini. Conhecido como “Diniz do Interior” após o vice-campeonato paulista com o Água Santa, o treinador foi o escolhido e terá a missão de por fim ao péssimo início de Série B da equipe gaúcha, pela qual será apresentado às 11h desta segunda-feira, no Alfredo Jaconi.

Aos 38 anos, o comandante é uma das surpresas da nova geração de treinadores do futebol brasileiro. Depois de atuar como volante no Bahia, Ponte Preta, Atlético-MG e Guarani, Carpini iniciou a carreira na função em 2019.

Desde então, coleciona passagens pelo próprio Bugre, Oeste, Santo André e Ferroviária. No entanto, o reconhecimento veio mesmo no clube de Diadema na atual temporada. Com o vice paulista, foi escolhido o melhor técnico da competição.

– Tem preferência por equipes organizadas com e sem a posse de bola. A entrega em campo é um fator inegociável do seu trabalho. No Paulistão deste ano, Carpini adotou o esquema com uma linha de quatro defensores e três homens de frente, sendo dois pontas abertos. Em duas oportunidades, em jogos contra Palmeiras e São Paulo, jogou com três zagueiros, demonstrando versatilidade em seu trabalho – analisou Yago Rudá, repórter do ge em São Paulo.

Inspirado na escola argentina

Thiago Carpini tem como inspiração o futebol argentino e traz algumas semelhanças na suas equipes com o trabalho desenvolvido por um técnico em especial: Diego Simeone, do Atlético de Madrid. Em seus times, a intenção é sempre implantar um nível de competitividade alto e organização tanto no momento ofensivo quanto defensivo.

Em diversas entrevistas, o treinador ressaltou que para ele é inegociável ter uma equipe que “lute” durante os 90 minutos, semelhante ao que é apresentado pelos clubes argentinos e, em especial, pela seleção albiceleste no último mundial.

– Violência é uma coisa e competitividade é outra bem diferente. Acho que talvez é o que mais falta para o nosso futebol. Eu dei muito o exemplo de Brasil e Croácia, que se alguém tivesse matado a jogada, nós talvez não teríamos sido eliminados. Sou fã do futebol argentino e acho que um dos melhores jogos que eu já vi foi a final da Copa do Mundo (Argentina e França). Jogaço no quesito de jogar, de competir e propor. E essas são as ideias que eu tenho e acredito – afirmou Thiago Carpini, em participação no programa Boleiragem, do Sportv, em 3 de abril.

Essa competitividade e organização também é ressaltada nos números. Em 16 jogos do Paulistão, o clube de Diadema sofreu apenas 15 gols. Ou seja, uma média inferior a um gol por partida.

4-3-3: o esquema mais utilizado

Durante a sua passagem pelo Água Santa no Paulistão, Thiago Carpini variou a formação da equipe entre um esquema com três atacantes e um com dois. Dentro dessa mudança, o 4-3-3 foi o mais usado pelo comandante, até mesmo, na final com o Palmeiras. Na formação habitual, o meio-campo era formado por dois volantes alinhados e um meia, além de dois atacantes abertos e o centroavante.

Mesmo com três derrotas, dois empates e uma vitória contra os grandes de São Paulo, o técnico não abriu mão de jogar nestes confrontos. Tanto é que superou o Palmeiras por 2 a 1 no primeiro jogo da final do estadual.

Entre as principais marcas do trabalho do técnico estão a execução da pressão pós-perda, que é a reação dos jogadores ao perder a bola. Resultou, até mesmo, em um dos gols contra o Bragantino, na semifinal, na Vila Belmiro. Além disso, a utilização dos laterais no terço final do campo, a intensidade da equipe e a busca pelo jogo propositivo foram marcas.

Pelo trabalho desenvolvido, acabou sendo eleito melhor técnico do Paulista e passou a ser conhecido como “Diniz do Interior”. Isso porque, como o treinador do Fluminense, trata como inegociável na partida dois pontos: intensidade e obediência tática dos jogadores.

Liderança nata de Carpini

O novo técnico do Juventude se destaca também pela sua gestão do clube. Isso ficou evidente em toda a caminhada vitoriosa do Água Santa. No entanto, ganhou ainda mais força após uma declaração, em especial, do goleiro Igor Vinhas.

– Ele é o chefe de tudo, para falar a verdade. Tudo o que estamos vivendo hoje passa pelas mãos dele. Ele tinha em mente um projeto, passou para a gente, abraçamos e confiamos no projeto, e hoje estamos aqui comemorando – citou o jogador, após a classificação histórica para a grande final do estadual.

A era de Thiago Carpini no Juventude terá início nesta segunda-feira. O primeiro desafio dele como comandante do Alviverde está marcado para o próximo domingo, às 11h, contra a Chapecoense, na Arena Condá.(GE).