Destaque da equipe feminina na Olimpíada de Paris, ginasta Julia Soares volta a treinar no Paraná

Curitibana que trouxe a medalha de bronze para casa retomou sua rotina no Centro de Excelência de Ginástica do Paraná

Curitibana que trouxe a medalha de bronze para casa retomou sua rotina no Centro de Excelência de Ginástica do Paraná (Cegin), que funciona em uma estrutura que pertence à Secretaria de Estado do Esporte. A atleta é bolsista há oito anos do programa Geração Olímpica e Paralímpica (GOP), do Governo do Estado.

Bronze por equipes na ginástica artística feminina na Olimpíada de Paris, a ginasta curitibana Julia Soares retomou nesta segunda-feira (12) sua rotina de treinos no Centro de Excelência de Ginástica do Paraná (Cegin), que funciona em uma estrutura que pertence à Secretaria de Estado do Esporte. A atleta, bolsista há oito anos do programa Geração Olímpica e Paralímpica (GOP), do Governo do Estado, foi recepcionada pelo secretário da pasta, Helio Wirbiski.

“É um sentimento incrível voltar da minha primeira Olimpíada com uma medalha no peito, entrar na história com as meninas, com toda a equipe brasileira. É um sentimento muito bom, poder voltar para o meu clube e para minhas técnicas”, disse Julia. “Eu acho que isso não tem preço, voltar com uma medalha no peito e mostrar que a gente está no caminho certo, que todo trabalho realmente valeu a pena”.

Com 18 anos de idade e disputando sua primeira Olimpíada, a atleta curitibana foi destaque em uma competição marcada pela presença feminina no pódio. Das 20 medalhas que vieram para o Brasil, 12 foram conquistadas por mulheres. A própria delegação paranaense era majoritariamente feminina: dos 29 participantes que foram a Paris, 20 eram mulheres. Além de Julia, duas jogadoras do voleibol voltaram com bronze no peito, Roberta Ratzke, natural de Curitiba, e Julia Bergmann, de Toledo.

Ela celebra o retorno ao Cegin, onde começou a treinar com quatro anos de idade, como um exemplo para a nova geração de ginastas. “Esse ginásio tem muita história, não só minha, mas de muitas atletas que passaram por aqui. Eu estou aqui desde sempre, entrei com quatro anos, e desde sempre eu tenho pessoas incríveis, técnicas incríveis e um clube muito bom. Tenho um carinho por esse lugar que vou guardar para o resto da vida no meu coração”, afirmou. “Vou continuar treinando, temos competição pela frente e pretendo estar em mais ciclos olímpicos”.

“Eu já estive no lugar dessas pequenas, que me têm como inspiração, como eu já tive por outras atletas. Quando entrei a Seleção treinava aqui, e elas me inspiraram muito, inclusive a Jade, com quem hoje eu treino e compito junto”, contou a atleta. “É um sentimento de felicidade saber que eu também sou uma inspiração. Quando chego aqui e uma criança vem falar comigo, ela fica com um sorriso no rosto e eu fico tão grata por ser uma inspiração para essas meninas. Porque eu sei que nenhuma trajetória é fácil, mas tudo vale a pena”.

APOIO AO ESPORTE – O secretário Helio Wirbiski destacou o apoio do Governo do Estado aos atletas. Além do Geração Olímpica e Paralímpica, que conta com patrocínio da Copel e neste ano já destinou R$ 5,2 milhões em bolsas, a Programa Estadual de Fomento e Incentivo ao Esporte (Proesporte) ajuda na manutenção de projetos e espaços como o Cegin.

“Temos muito orgulho de ter a Julia e de ter um projeto como esse, o Cegin, aqui dentro da nossa estrutura, que atende mais de 300 crianças, que começam aí com cinco, seis anos, e seguem até um ciclo olímpico”, destacou. “O Geração Olímpica e Paralímpica, que é um programa do Estado, investe R$ 5,2 milhões neste ano e, até o próximo ciclo olímpico, para chegar até Los Ângeles, vai destinar mais R$ 26 milhões, exatamente para formar mais Julias e buscar mais medalhas para o Paraná”.

O GOP ajudou na formação de milhares de atletas paranaenses e contribuiu para que o Estado enviasse sua maior delegação aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris – 63 atletas e técnicos participando das duas competições neste ano, 40 deles bolsistas do programa.

“Esse programa existe desde 2011, já investiu R$ 60 milhões e já trabalhou com cerca de 20 mil atendimentos de atletas e técnicos que vão desde a base até o alto rendimento”, ressaltou a coordenadora do programa, Denise Golfieri. “Distribuímos vagas durante todo o ciclo olímpico e paralímpico, apoiando atletas que são indicados pelas federações de todas as modalidades que participam da competição.

Já o Proesporte, programa de isenção fiscal que utiliza o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), vai destinar R$ 100 milhões para apoiar projetos esportivos em todo o Estado. “Ele ajuda a manter projetos esportivos como o Cegin, que podem se inscrever no edital. Projetos que têm excelência conseguem até R$ 300 mil por ano para manter treinador, alimentação, adquirir materiais esportivos. É um programa perene do Estado que já ajudou mais de 500 projetos como este no Paraná inteiro”, ressaltou Wirbiski.

CEGIN – O Cegin foi construído pelo Governo do Estado e funcionou como sede da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) por 10 anos, formando atletas que até hoje são ídolos da modalidade, como Daiane dos Santos e Daniele Hypólito. O espaço também abrigou os treinadores Oleg Ostapenko e Iryna Ilyashenko, que recém-chegados da Ucrânia na virada do ano 2000, ajudaram a construir a ginástica artística no Brasil.

Iryna, técnica da Seleção Brasileira que conquistou o pódio em Paris, trabalha no clube e acompanha Julia desde a infância. Outras duas ginastas do Cegin também estão na Seleção Brasileira de Ginástica Artística Feminina, Josiany Calixto e Carolyne Pedro, que também foi para Paris como reserva do grupo. Ao todo, o centro conta com 14 atletas beneficiadas pelo GOP.

“Muita gente trabalhou para que a ginástica artística chegasse a essa medalha, e eu agradeço cada pessoa”, afirmou Iryna. “A felicidade e a realização são muito grandes, porque cada Olimpíada é como uma pirâmide, que é construída desde quando as meninas chegam, com quatro ou cinco anos de idade, até chegar ao pico. Milhares de pessoas iniciando, mas poucas chegam lá, por isso estou muito orgulhosa de ver a nossa ginasta do Paraná chegando lá”.

E além da atleta e da técnica, outros nomes do Cegin participaram de alguma forma da conquista coletiva da ginástica artística em Paris. O presidente do centro, Rhony Ferreira, foi responsável pelas coreografias do solo, que garantiu o ouro para Rebeca Andrade. Já as músicas utilizadas no aparelho – desde o mix de Édith Piaf com Raça Negra que embalou Julia Soares, o “Baile de Favela” que compõe a apresentação de Rebeca e até o “Brasileirinho” eternizado por Daiane dos Santos – também são criações no Paraná, com os arranjos feitos em um estúdio de Curitiba.(AEDN).