após o caos, Corinthians tem motivos para crer em dias melhores

Equipe cresce no segundo tempo contra o Fluminense e, com brilho de Róger Guedes, encerra jejum de mais de um

Equipe cresce no segundo tempo contra o Fluminense e, com brilho de Róger Guedes, encerra jejum de mais de um mês sem vitórias; retorno de Renato Augusto gera expectativa de evolução.

O Corinthians viveu dias caóticos ao longo do último mês. Trocas sucessivas de técnicos, protestos, jejum de oito partidas e atuações preocupantes deram a impressão em alguns momentos de que não havia mais luz no fim do túnel.

Porém, o torcedor corintiano começa essa semana com a sensação de que o pior ficou para trás. Ainda há muita margem para melhora e a situação do clube nas competições que disputa está longe de ser confortável, mas a vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense dá esperança.

Depois de um mês sem ganhar, o Corinthians reconquista um pouco de confiança às vésperas do jogo decisivo contra o Atlético-MG, valendo vaga nas quartas de final da Copa do Brasil. Desde que chegou, há quase um mês, o técnico Vanderlei Luxemburgo vinha apontando o fator emocional como o maior problema da equipe.

Além disso, o Timão agora volta a contar com um de seus principais jogadores (senão o principal): Renato Augusto, que entrou em campo aos 26 minutos do segundo tempo depois de 52 dias ausente.

Diante do Fluminense o camisa 8 teve atuação discreta, mas é inegável o impacto que ele gera, como os números evidenciam. Com Renato, o Corinthians ainda não perdeu em 2023 e tem 77% de aproveitamento. Sem ele, foram 10 derrotas em 16 jogos e só 20,8% dos pontos conquistados.

Tempos distintos

O desempenho corintiano diante do Fluminense foi bem diferente antes e depois do intervalo. Nos primeiros 47 minutos, o Timão foi envolvido pela troca de passes e a movimentação adversária e teve enorme dificuldade para reter a posse. Mesmo competindo bastante, a equipe permitiu nove finalizações na etapa inicial, sendo seis no gol – Cássio, recuperado de amidalite, teve grande atuação mais uma vez.

Como Luxemburgo já havia adiantado em entrevista no meio da semana, o Corinthians optou por marcar em bloco baixo, a fim de não cair na “armadilha” de Fernando Diniz de atrair o oponente, sair da pressão e encontrar espaço livre às costas. A estratégia era esperar o Flu no campo de defesa e sair em velocidade, com bolas longas.

Mas a marcação não esteve ajustada, nem a transição da defesa para o ataque. Assim, a equipe conseguiu completar 100 passes somente aos 36 minutos. A dificuldade para concluir no gol também apareceu novamente: o Timão foi para o intervalo sem nenhuma finalização no alvo.

Na etapa final, o Corinthians teve um pouco mais de controle e passou a fazer mais viradas de jogo, pegando a defesa tricolor desguarnecida. O Fluminense gosta de se agrupar onde está a bola e, assim, cede espaços do lado oposto quando é desarmado.

Os contra-ataques também passaram a encaixar e foi em um deles que Matheus Bidu avançou pela esquerda e cruzou para Yuri Alberto, que escorou para Róger Guedes marcar. Responsável por metade dos gols do Corinthians em 2023, o camisa 10 ainda fez mais um nos acréscimos – o 17º dele no ano.

Os holofotes ficam em cima do goleador, mas há outras atuações individuais a serem elogiadas, como as dos laterais Bruno Méndez e Matheus Bidu, do zagueiro, Murillo, do atacante Yuri Alberto, além de Fagner, que entrou no fim e deu sua sétima assistência na temporada.

Depois de muitas pedreiras, a tabela do Brasileiro agora reserva ao Timão jogos contra América-MG e Cuiabá, clubes que estão na parte de baixo da classificação. Antes, porém, a equipe tentará a virada diante do Galo para seguir na Copa do Brasil.

Mais aliviado do que empolgado, o torcedor do Corinthians pode, enfim, crer em dias melhores. (GE).