Reunião com fundo de investimento do Reino Unido aborda projeto da Nova Ferroeste
Assunto foi tema de reunião entre integrantes do Grupo de Trabalho do Plano Ferroviário Estadual, o cônsul honorário do Reino Unido no Paraná, Adam Patterson, e a diretora no Brasil da UKEF – UK Export Finance, Maria Angélica Luqueze.
A possibilidade de participação do fundo de investimento britânico UKEF – UK Export Finance no financiamento do projeto da Nova Ferroeste foi tema de reunião nesta quarta-feira (25), no Palácio das Araucárias, em Curitiba. O assunto foi discutido entre integrantes do Grupo de Trabalho do Plano Ferroviário Estadual, o cônsul honorário do Reino Unido no Paraná, Adam Patterson, e a diretora no Brasil da UKEF, Maria Angélica Luqueze. O projeto deve ir a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no ano que vem.
“Um dos nossos focos é criar um ambiente de negócios que seja amigável ao capital. Nesse governo já foram atraídos em torno de R$ 54 bilhões em investimentos. Com a concessão das rodovias serão mais R$ 42 bilhões, e, com a concessão da ferrovia, mais R$ 25 bilhões”, destaca Luiz Henrique Fagundes, coordenador do Plano Estadual Ferroviário.
Para o cônsul, o projeto da Nova Ferroeste torna o Reino Unido um parceiro natural por ter a ferrovia no seu DNA. “Com certeza existem muitas oportunidades bilaterais no segmento de ferrovia e infraestrutura entre o Reino Unido e o Brasil, e Reino Unido e o Paraná”, avalia.
A UK Export Finance foi fundada em 1919 e tem como propósito oferecer garantias aos credores para financiamentos privados, que viriam do governo do Reino Unido. “Essas garantias são do Tesouro Britânico, uma garantia soberana. Com isso, o risco desses credores fica bem diminuído e eles podem praticar uma taxa de juros mais baixa para o empreendimento”, explica Maria Angélica.
O Brasil foi o primeiro País das Américas e o terceiro do mundo a ter um representante da rede internacional UK Export Finance (UKEF), a Agência de Crédito à Exportação do Governo do Reino Unido.
“A KEF vê o Brasil como mercado prioritário devido ao estreitamento das relações comerciais e de investimento entre os dois países”, acrescenta Adam Patterson. “Além de se alinhar aos propósitos da empresa, quem recorre às garantias precisa contratar 20% do valor do projeto em conteúdos britânicos, sob a forma de equipamentos, maquinário, serviços ou tecnologia e inovação. A operação costuma levar de quatro a seis meses e o tempo de amortização para o caso de projetos de ferrovias é de 14 anos, o que alivia bastante o fluxo de caixa da empresa”.
SELO VERDE INGLÊS – O Grupo de Trabalho do Plano de Estadual Ferroviário está em tratativas para submeter o projeto à análise do Climate Bonds Initiative (CBI). A organização inglesa certifica empreendimentos em larga escala de baixo teor de carbono. O CBI estabelece as melhores práticas para o mercado em termos de ação climática e traz segurança a investidores interessados nos empreendimentos.
NOVA FERROESTE – A Nova Ferroeste é um projeto que visa à ampliação da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A. O novo traçado, com 1.285 quilômetros, vai ligar os municípios de Maracaju (MS) e Paranaguá (PR). Quando a ferrovia estiver concluída, será o segundo maior corredor de grãos e contêineres do País.
Os estudos de demanda indicam que cerca de 26 milhões de toneladas de produtos devem circular nesse trecho por ano. Considerando o tráfego interno, a Nova Ferroeste deve alcançar 38 milhões de toneladas/ano.