MISSA: SIM OU NÃO?

O que se tem notícia é que desde 155 d.C, os cristãos celebram a missa, conforme atesta a carta de

O que se tem notícia é que desde 155 d.C, os cristãos celebram a missa, conforme atesta a carta de S. Justino para o imperador Antonio Pio. Na verdade começou muito antes, desde a celebração de Cristo quando Ele disse: “fazei isto para celebrar a minha memória”. A Celebração Eucarística, popularmente conhecida por Missa, foi instituída por Cristo na noite de Quinta – feira Santa, antes de morrer. Pegando no pão e no vinho, deu graças, abençoou-os e distribuiu-os aos discípulos, dizendo: «Tomai: isto é o meu Corpo. (…) Isto é o meu sangue» (Mc 14, 22.24). No fim, pediu-lhes que repetissem esse gesto em Sua memória. E de lá para cá, a celebração da missa mudou pouco, embora não tenhamos mais missas em latim, como na década de 60 ainda existiam. Muitos senhores de hoje ainda pegaram as missas com o padre de costas para o público e as palavras em latim prevalecendo. Mas isto mudou. A celebração é feita de frente para o público e com palavras em latim praticamente extintas. Mas o fato é: celebrar a missa é sinal de respeito ao Cristo que está no altar, segundo os católicos. E nas outras religiões, celebra-se a missa para honrar a Cristo. Se bem que existem algumas dúvidas quanto a algumas igrejas, o fato é que todas giram em torno da palavra do Senhor.
E neste último domingo, ao celebrarmos a Páscoa, o que vimos foi uma centena de críticas à decisão do Ministro do STF, Nunes Marques. Uma decisão que liberou a prática dos cultos em todo o Brasil. Alguns prefeitos reagiram contra e não permitiram as aglomerações nas igrejas das capitais. O ministro prontamente cobrou que se cumprisse a lei. Mas o fato é que ainda teremos muita polêmica em cima do assunto.
Ao liberar os cultos, o ministro do STF atendeu ao apelo de centenas de igrejas católicas e não católicas, que afirmaram obedecer os protocolos sanitários e realizar seus cultos. Algumas não cumpriram, como se viu em matérias de jornais e sites de segunda-feira, dia 05 de abril. Outras cumpriram e ainda transmitiram pela internet a celebração do culto.
Daí vem à pergunta: liberar os cultos foi arriscado e temerário ou não? Fiéis foram para as igrejas a fim de rezarem e participarem da celebração. Ninguém estava lá para se abraçar e praticar alguma festa, embora muitos estavam felizes na casa do Senhor. Outros se aglomeraram e não usaram máscaras, indo contra o decreto do ministro. Outros, ainda, ficaram lado a lado e contribuíram para a arrecadação do dízimo, conforme a tradição de algumas igrejas. O fato é que a atitude do ministro, embora digna de análise, é arriscada. Ainda estamos em plena pandemia e atos como estes colocam em risco a vida das pessoas, mesmo que seja por uma causa nobre. A proibição dos cultos visou apenas e tão somente preservar vidas. A fé não foi atingida, pois cada mantém a sua fé e faz suas orações, seja em casa ou no local de trabalho.
Na verdade, liberar os cultos pode ser tranquilizador para uma centena de fieis, mas o risco existe, ainda mais que nem todos obedecem os protocolos. E os padres e pastores, celebrantes do ato, não podem controlar, embora possam pedir para que o povo se cuide.
A matéria do ministro irá a plenário e daí teremos uma decisão final de todos votando a favor ou contra a decisão. Até lá, fieis que se cuidem, façam suas orações e mantenham a sua fé, mas com cuidados. O vírus é ateu, mas participa de cultos. E todo o cuidado é necessário numa hora dessas.