Rayssa Leal revela tensão vivida nos Jogos de Paris: “Primeira vez que senti medo de decepcionar”

Destaque no STU Rio, nesta semana, skatista medalhista de bronze na França conta como superou pressão e avalia: “Comecei a

Destaque no STU Rio, nesta semana, skatista medalhista de bronze na França conta como superou pressão e avalia: “Comecei a sentir mais orgulho de mim depois dessas Olimpíadas”.

Duas vezes medalhista olímpica e bicampeã mundial de skate street, Rayssa Leal coleciona títulos importantes nos principais palcos do skate ao redor do mundo. Com apenas 16 anos, está acostumada a se apresentar em alto nível desde muito cedo e geralmente demonstra maturidade para lidar com as expectativas colocadas sobre seus ombros. Mesmo tão jovem, a maranhense sempre teve como marcas registradas a calma e a confiança ao subir no skate. No entanto, durante as Olimpíadas de Paris, Rayssa disse ter experimentado um sentimento novo ao ficar com medo de desapontar o torcedor brasileiro, caso não conseguisse subir ao pódio.

– Eu acho que a primeira vez que senti medo de decepcionar foi nessa última Olimpíada. Eu acho que a gente se coloca muita pressão, é algo que só acontece de quatro em quatro anos. Então, eu quero ir bem, eu quero ganhar medalha, quero estar no pódio. Às vezes, lá nas Olimpíadas, me deixei levar com isso, o medo de decepcionar. Sendo que, na verdade, o que interessa era só a gente estar lá, estar dando nosso melhor. Só de chegar lá é um prêmio muito grande, vale bem mais que muita coisa – disse ela, em entrevista ao ge.

Em 2024, a “Fadinha” conquistou um bronze nas Olimpíadas de Paris, o Mundial de Skate Street em Roma e a SLS- etapa de San Diego. Além desses títulos, a estante de troféus ainda conta com outro mundial (2022), dois SLS Super Crown (2022 e 2023), duas conquistas do X-Games (2022 e 2023) e a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

– Então, eu não me deixo crescer por título, tenho medalha olímpica, tenho alguns Street League, tenho STU, mas o que importa mesmo é a gente vir aqui e se divertir. Eu não sou muito de contar título, eu quero só chegar e me divertir, fazer o meu melhor.

Depois das Olimpíadas e do Mundial, Rayssa não parou para descansar e se prepara para o Skate Total Urbe (STU), que será disputado no Rio de Janeiro, de sexta a domingo. O STU Rio está na lista de competições preferidas da brasileira no ano. Não só por ser tricampeã do torneio, mas por tudo o que o campeonato proporciona fora das pistas. A reunião com toda a família, o banho de mar e a interação com o público estão entre os momentos mais valorizados por ela.

– A expectativa é sempre muito grande, é um dos meus campeonatos favoritos aqui no Rio. É um campeonato em que eu consigo 100% me divertir, ser eu mesma dentro da pista. Eu acho que vai ser um dos campeonatos com nível muito alto, a gente vê muitos medalhistas olímpicos também sendo convidados. É algo muito grande para o skate brasileiro, também para os campeonatos aqui do Brasil.

A possibilidade de ter uma disputa com skatistas de diversas partes do mundo também é algo que encanta a bicampeã mundial.

– Eu acho isso o mais incrível. Acho que é por isso que o STU é tão único, porque a gente vê pessoas da Austrália e bem aqui de Curitiba, do Maranhão. Então, é uma troca muito legal, é uma oportunidade muito grande para skatistas do Brasil.

Para o próximo ano, Rayssa quer colocar em prática uma ideia de longa data, mas que ainda não conseguiu tirar do papel: gravar a própria “vídeo part” – uma produção de skate realizada pelas ruas, arriscando manobras ousadas, sem notas nem adversários, apenas com amigos. No universo dos skatistas, uma “vídeo part” é vista como se fosse um título. Além disso, pretende desacelerar um pouco o ritmo e priorizar as competições consideradas mais importantes.
– Na verdade, eu quero muito começar a fazer minha “vídeo part”. Então, provavelmente a gente vai segurar alguns campeonatos, isso é certeza. Mas os mais importantes, Street League e STU, a gente vai estar vindo.(GE).