Em União da Vitória, governador Ratinho Junior anuncia pacote para auxílio às vítimas de enchentes
Entre as ações está a suspensão do corte do abastecimento de água e o pagamento de um valor simbólico de
Entre as ações está a suspensão do corte do abastecimento de água e o pagamento de um valor simbólico de R$ 1 na tarifa de água da Sanepar por dois meses. Medidas valem para famílias cadastradas pela Defesa Civil.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou neste sábado (21) uma série de medidas voltadas às vítimas das fortes chuvas durante visita ao município de União da Vitória, no Sul do Estado. As ações envolvem desconto na tarifa de água, suspensão do corte do abastecimento que se somam a outras já realizadas pelo Estado, como doação de alimentos e crédito para reconstrução das cidades.
Ratinho Junior destacou o trabalho feito pelas equipes da Defesa Civil para retirada das pessoas de suas casas antes da água chegar. “Essa é uma visita de solidariedade à população de União da Vitória. Desde o começo estamos com a equipe da prefeitura, Defesa Civil, e Segurança Pública. Nós ampliamos as equipes antes mesmo de as chuvas começarem a encher o rio. Em um primeiro momento conseguimos tirar as pessoas de suas casas e, em seguida, estamos mandando o necessário para elas continuarem as suas vidas”, disse Ratinho Junior.
“É um momento de muita tristeza por vermos as famílias fora de suas casas, mas também de muito conforto e alegria para o coração de vermos que, quando o Estado está com alguma dificuldade o povo se une para se ajudar”, ressaltou o governador.
Entre as medidas adotadas pela Sanepar estão a suspensão do corte de água para residências e comércios afetados pela chuva e que estejam cadastrados pela Defesa Civil; a redução do valor de pagamento da tarifa de água, com o valor simbólico de R$ 1 nos próximos dois meses para as famílias afetadas; fornecimento de água envasada potável para atendimento à população; além do auxílio na limpeza de vias públicas com caminhão hidrojato. O objetivo é minimizar as perdas das comunidades atingidas pela enchente.
O Governo também está estudando, junto à Secretaria da Fazenda, a postergação do pagamento de ICMS por parte das empresas afetadas pelas enchentes, e também com a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) para analisar as possibilidades de parcerias para construção de moradias.
Ratinho Junior também afirmou que será criado um Grupo de Trabalho junto a diversos órgãos estaduais e prefeitura para verificar quais medidas podem ser adotadas no futuro para evitar enchentes de grandes proporções como esta.
O coordenador estadual da Defesa Civil, Fernando Schunig, explica que desde o início das chuvas o Estado já vinha trabalhando junto aos demais órgãos para garantir a segurança da população. “A Defesa Civil atendeu com ajuda humanitária todos os municípios afetados, com colchões, kits dormitório, de limpeza, e nosso trabalho agora, assim que as águas baixarem, será de colaborar na reconstrução dessas localidades”, disse Schunig.
“Temos a previsão de chuva ainda nesta semana e continuaremos a monitorar e atender no que for preciso. Pedimos que as pessoas sigam as orientações da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, para que não voltem prematuramente para suas residências e acabem colocando em risco suas vidas”, orientou o coordenador estadual.
O morador que precisa do auxílio dos governos estadual e municipal faz um cadastro na prefeitura e, depois, se dirige aos pontos de atendimento, onde são distribuídas cestas básicas, roupas, fraldas, leite, entre outros itens.
“É uma das primeiras cheias que estamos conseguindo levar as pessoas com dignidade. O Estado está nos disponibilizando colchão, kit higiene, kit dormitório, e nós, todos juntos, tentando diminuir o sofrimento das pessoas”, salientou o prefeito de União da Vitória, Bachir Abbas. “Já estamos em planejamento com a Defesa Civil para que, assim que o rio voltar ao seu leito natural, possamos realocar essas pessoas e auxiliá-las na limpeza. Recebemos do Governo do Estado kits para limpeza, que serão distribuídos nos próximos dias”, acrescentou.
Desde o início das chuvas, o Estado já enviou para União da Vitória duas mil cestas básicas (número solicitado pelo município), mais de 23 toneladas de alimentos doados pela Ceasa Paraná, além de kits dormitório, kits higiene e kits limpeza para serem distribuídos aos moradores. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros dobraram o efetivo na cidade para ajudar no resgate de pessoas e garantir a segurança delas e das residências.
As medidas anunciadas neste sábado se somam ao pacote anunciado na última semana, como o envio de cestas básicas e hortifrutigranjeiros da Ceasa Paraná, recursos de até R$ 30 milhões para reconstrução de estradas rurais, disponibilização de R$ 1,6 milhão para auxílio às famílias afetadas, a oferta de empréstimos com taxa fixa abaixo do mercado e subsidiada pelo Estado, além de carência de até três anos para micro, pequenos e médios empresários prejudicados.
Regiane Fernandes, moradora de uma das regiões mais afetadas, teve que sair de casa pela primeira vez desde que vive na cidade devido às cheias do Rio Iguaçu. “Estamos sendo bem atendidos, tanto pelo Estado quanto pelo município. No abrigo em que estamos eu e minha família contamos com marmitas que são entregues, mas a cesta básica vai nos ajudar na hora que voltarmos para casa”, contou a moradora, que recebeu uma das duas mil cestas enviadas pela Defesa Civil para União da Vitória.
CHUVAS — De acordo com dados do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), já choveu em União da Vitória 445,4 mm desde o início de outubro, mais que o dobro da média histórica para o mês, de cerca de 217,6 mm. Apesar da trégua da chuva no fim de semana, a previsão é que volte a chover nos próximos dias, sobretudo a partir de terça-feira (24). Até o fim do mês está previsto um acumulado que pode chegar a 100 mm nesta região.
BOLETIM — O último boletim da Defesa Civil, divulgado às 12 horas deste sábado, indica que, no momento, são 2.148 pessoas desalojadas e 710 desabrigadas. A cidade conta com 21 abrigos, distribuídos em escolas estaduais e municipais, ginásios, centro comunitário e pavilhão de igrejas. Ao todo, 5 mil residências foram danificadas.
Em todo o Paraná, 90 cidades foram atingidas, mais de 118 mil pessoas afetadas e 11,8 mil casas danificadas. (AEN)