Grêmio desmorona depois das trocas e leva virada dolorosa com “erro de pelada”
Cristaldo abre o placar com menos de um minuto do segundo tempo, mas Grêmio cai de desempenho e segundo gol
Cristaldo abre o placar com menos de um minuto do segundo tempo, mas Grêmio cai de desempenho e segundo gol santista rende fortes cobranças aos jogadores.
Os erros se repetiram contra o Santos e apenas dez minutos de boa atuação no segundo tempo não foram suficientes para sustentar uma vitória no Brasileirão. Pelo contrário. O Grêmio sucumbiu com as substituições e a derrota dolorosa, de virada, por 2 a 1, passa por desatenção, falta de qualidade e competitividade na Vila Belmiro. O mais decisivo, claro, foi o erro classificado como “infantil” e “de pelada”.
Foi um domingo infeliz para o Tricolor e repleto de decisões erradas. A maioria delas por parte dos jogadores, especialmente no segundo gol sofrido. Mas o técnico Renato Portaluppi também não pode ser excluído da responsabilidade. Apenas 10 minutos de bom desempenho contra um adversário que está no Z-4 é pouco. Aliás, o Grêmio saiu do G-4 e é o quinto, com 33 pontos e um jogo a menos.
Primeiro é preciso destacar os desfalques de Suárez e Villasanti, dois pilares da equipe. Porém, não pode se tornar uma desculpa. Esse tipo de situação é natural nos pontos corridos.
Dito isso, o Grêmio deveria ter entregado mais. Renato disse, na entrevista coletiva, que o time jogou bem contra o Santos. O ge, respeitosamente, discorda dessa visão. No geral, o Tricolor fez uma partida morna.
Ao longo do primeiro tempo, o setor ofensivo pouco produziu. Quando chegou, faltou capricho lá na frente. Bitello, por exemplo, dominou na grande área em um dos lances e tocou em um espaço onde só tinham jogadores de branco. A decisão poderia ser outra, como tentar o passe para João Pedro Galvão ou o arremate a gol.
Outros atletas estavam abaixo daquilo que se esperava. Ferreira sofreu com Joaquim no lado direito e Cristaldo pouco criou no meio. Houve lampejos de uma troca de passes rápida, mas algo muito esporádico. Sem a bola, o Grêmio optou pela marcação alta, mas ainda sem o ajuste certo de avanço, o que vem deixando espaço no meio-campo.
Pressionado, na zona de rebaixamento, o Santos também não estava tão bem. Não levava muito perigo. Na volta do intervalo, porém, o cenário foi diferente. Parece que o Grêmio ganhou uma injeção de ânimo no vestiário.
Com menos de um minuto, o Tricolor atacou o Peixe, pisou na área e se fez presente. Assim que Cristaldo aproveitou o rebote e soltou uma bomba para abrir o placar. A tônica nos minutos seguintes seguiu essa, com pressão dos gaúchos. Aos seis minutos, Ferreira finalizou de dentro da grande área e exigiu uma bela defesa de João Paulo.
Mas essa imposição gremista durou até os dez minutos da etapa final. Atrás do placar, o Santos cresceu e tomou conta da partida com as entradas de Soteldo e Rincón, aos 15. O Grêmio, por sua vez, afundou com as trocas de Renato — Cristaldo e Fabio saíram para Galdino e João Pedro entrarem aos 16.
É nítido que a diferença dos titulares para as opções é grande, mesmo que o grupo seja suficiente para vencer o Santos. Os dois gols sofridos saíram em contra-ataques. No primeiro, faltou combate no meio-campo. Quando Soteldo recebeu no meio, tinha uma avenida para avançar livre e encontrar Marcos Leonardo para empatar.
O que não pode faltar é competitividade e concentração. O que não se viu no segundo gol. A começar pela cobrança de escanteio ruim de Reinaldo. Quando a defesa afastou, Ferreira abandonou o lance ao imaginar que a bola sairia. Inclusive, pediu a bola para o gandula. Mas ela permaneceu em jogo.
Outros jogadores do Grêmio compartilharam da mesma falta de atenção. João Pedro, último jogador da cobertura do escanteio, também demorou para ver que a bola não tinha saído pela lateral. Mendoza aproveitou da infantilidade gremista e o fim todos já sabem.
Este lance especificamente rendeu duras críticas de Renato ao grupo de jogadores. Ao longo da coletiva, repetiu mais de uma vez que foi um erro “infantil” e “inadmissível”. E as cobranças feitas no vestiário vão se alongar para o restante da semana, no CT Luiz Carvalho, algo garantido pelo próprio técnico.
A boa notícia é que são erros “corrigíveis”. O Grêmio tem margem para melhorar e se manter na briga por G-4. Renato também tem capacidade para recuperar o lado anímico que parece ter faltado neste fim de semana. Mas os ajustes precisam ser feitos e o foco total no Brasileirão pode ajudar para isso.(GE).