Grêmio tem boa atuação, mas perde chances e cai diante do líder em primeira derrota em casa

Tricolor cria mais oportunidades, mas não converte nenhuma e vê o Botafogo ser mortal na Arena.

Grêmio e Botafogo fizeram jus ao posto que pertencem no Brasileirão ao travarem grande confronto na noite de domingo, na Arena. Querendo encurtar a distância para o líder, o Tricolor dominou o rival em boa parte do jogo. Insuficiente. O melhor time do campeonato até o momento foi mortal quando pôde e acabou com a invencibilidade dos gaúchos em casa.

No primeiro tempo, o Grêmio mostrou intensidade desde os minutos iniciais e empurrou o Botafogo na defesa, embora não tenha criado tantas chances claras de abrir o placar. Na melhor que teve, aos 20, Suárez recebeu cruzamento de João Pedro livre na área, mas o chute passou à direita da meta de Lucas Perri, para fora.

Ironicamente, em meio à dominância do adversário, o Botafogo marcou com o artilheiro Tiquinho Soares, aos 24. O VAR, porém, livrou o Grêmio do castigo ao apontar impedimento milimétrico de Victor Cuesta na origem do lance. A etapa inicial ainda teve chegadas de Reinaldo e Villasanti, além de outro chute de Suárez, por cima.

Na volta do intervalo, o Tricolor seguiu com o domínio inicial. Aos quatro, Suárez tabelou com João Pedro, que dividiu com Perri. Na sobra, o uruguaio deu um toque de classe no ângulo, para tirar do alcance de Adryelson, que tentava evitar o gol. A bola carimbou a trave e não entrou, para desespero do centroavante.

O Botafogo começou a esboçar reação aos 11. Em contra-ataque veloz, Tiquinho parou na defesa, e a bola ficou com Tchê Tchê, que obrigou Gabriel Grando a boa defesa. Apesar disso, a pressão gremista continuou. Aos 16, após troca de passes, Luisito bateu para defesa de Perri, que operou um milagre numa bomba de Reinaldo na sequência.

Se o Grêmio escapou do castigo no primeiro tempo, com auxílio do VAR, o mesmo não se repetiu no segundo. Suárez tentou outra vez, aos 28, em chute de muito longe para surpreender Perri, que defendeu. Menos de um minuto depois, Segovia roubou a bola de Bruno Alves, e Di Plácido cruzou para Eduardo bater de primeira e marcar para o Fogão.

O gol balançou o Grêmio, que não teve ímpeto para reagir em busca do empate. Renato mexeu no time, colocou sangue novo e alterou o esquema tático, de três para dois zagueiros. Sem efetividade. Para piorar, aos 42, Segovia armou nova jogada pela direita para Marlon Freitas, que serviu Carlos Alberto na área: 2 a 0 Botafogo.

O líder do campeonato reforçou o porquê de estar no topo da tabela, cada vez mais isolado. Por parte do Grêmio, a primeira derrota em casa no Brasileirão e na temporada. Há mais de 10 meses a equipe não saía derrotada na Arena. A ineficiência ofensiva pesou, assim como equívocos defensivos. Mesmo assim, o comandante não reclamou.

Hoje (domingo) jogamos muito bem e não tivemos a tranquilidade para fazer os gols. Não é falta de capacidade, é que tem dias que a bola não quer entrar. É o terceiro melhor ataque do Brasil. Não tivemos a sorte que o adversário teve.

— Renato Portaluppi, técnico do Grêmio

O Grêmio, de terceiro melhor ataque ao lado do Botafogo, é agora o terceiro colocado na tabela, mais distante do líder. São 10 pontos de diferença para o rival (36 a 26), e atrás do Flamengo pelo saldo de gols. O time deverá perder mais posições no próximo fim de semana, visto que o compromisso com o Corinthians na rodada foi adiado.

Sem tempo de pensar na derrota pelo Brasileirão, o Grêmio já volta as atenções à Copa do Brasil. Na quarta-feira, a equipe joga a vida na competição no duelo de volta das quartas, contra o Bahia, na Arena. Com o empate na ida, em Salvador, qualquer vitória classifica o tricolor gaúcho às semifinais do milionário torneio.(GE).