Entenda por que o Inter aposta na continuidade de Mano Menezes
Presidente Alessandro Barcellos optou por demitir o executivo de futebol e o coordenador técnico. O Inter fez mudanças no futebol
Presidente Alessandro Barcellos optou por demitir o executivo de futebol e o coordenador técnico.
O Inter fez mudanças no futebol para dar uma resposta à torcida após cinco derrotas seguidas. Mano Menezes, porém, segue no cargo. A decisão foi por demitir dois dirigentes, com intuito de melhorar os processos do clube e alcançar melhores resultados. A viagem para a Venezuela nesta terça pode ser o início de um novo capítulo para a equipe, a depender do desfecho contra o Metropolitanos, pela Libertadores.
A segunda-feira colorada foi marcada por uma série de reuniões no Beira-Rio entre o presidente Alessandro Barcelos, os pares do Conselho de Gestão, o vice de futebol Felipe Becker e Mano. O treinador participou do encontro pela manhã, antes de comandar o treino das 11h no CT, e voltou ao estádio pelas 15h30 para dar continuidade às conversas.
Os anúncios ocorreram no fim do dia. Através das redes sociais, o Inter confirmou as demissões do executivo de futebol William Thomas e do coordenador técnico Sandro Orlandelli. Ficou subentendido nas entrelinhas a continuidade do trabalho de Mano. Barcellos encerrou o dia com uma entrevista coletiva para justificar as escolhas.
– Nós entendemos que é possível reverter. Os resultamos que não conseguimos envolvem não só preparação física, técnica e tática. A solução que a gente busca é uma mudança destes processos para ter um rendimento melhor. Exemplos dos mais diversos que tratamos internamente foram levantados a partir de produção de dados das áreas de performance, física e científica que demonstram que precisamos melhorar nossos índices – explicou.
– Há perspectiva grande, uma vez que temos muita coisa pela frente. Um Brasileirão inteiro, fase de grupos da Libertadores, decisão na Copa do Brasil. Nestes jogos, temos possibilidade de reverter isso a partir do trabalho e com uma mudança de postura. Entendemos que é possível reverter – completou.
Por que Mano fica?
Depois de estudar dados fornecidos pelo setor de inteligência e passar por um debate acalorado com o Conselho de Gestão, nem todos queriam a permanência de Mano, Barcellos entendeu que o time teve momentos dominantes e bom desempenho em alguns jogos da temporada.
Há esperança em resgatar o nível do segundo semestre do ano passado, que levou o time ao vice do Brasileirão. Baseado nestes fatores, o presidente acredita que o técnico tem capacidade e a experiência necessária para dar a volta por cima e tirar o Inter desta situação delicada.
Além disso, identificou que parte das complicações em campo passa pelo condicionamento da equipe. O preparador físico Jean Carlo Lourenço foi demitido na semana passada. Entende-se que William Thomas e Sandro Orlandelli não souberam identificar e solucionar os problemas, o que teria afetado a performance do time de Mano.
– Precisamos aprofundar as análises, buscar respostas para recuperar o planejamento e reestruturá-lo. A gente vem buscando com a saída do preparador físico e hoje com as saídas do executivo e coordenador técnico entendendo que é preciso mudar os processos para ter maior rendimento e consequentemente melhores resultados. Chegamos a conclusão que era o momento. Confiando muito no trabalho da atual comissão técnica – explicou Alessandro Barcellos.
– Faz quatro jogos que eu substituo meus dois volantes. Sempre por desgaste físico. Nenhum time no mundo substitui dois volantes por desgaste. Quando chega nesse ponto é porque uma coisa muito grave aconteceu. É o ponto de partida pelo qual nós começamos a entender como chegamos nesse ponto – justificou Mano após derrota no Gre-Nal.
Por outro lado, um resultado ruim contra o Metropolitanos, na Venezuela, pela Libertadores, pode mudar o cenário, que hoje é de aparente convicção. O treinador buscará estabilidade jogo após jogo. A multa rescisória de cerca de R$ 1 milhão e as opções escassas no mercado pesaram a favor do atual comandante.
Fontes disseram ao ge que o clube deu “sobrevida” a Mano para “ganhar tempo” na busca por alternativas. Em 2022, Barcellos fez um movimento parecido ao demitir o executivo Paulo Bracks, após derrota para o Globo-RN na Copa do Brasil, e apostar na sequência de Medina. Não demorou para o uruguaio ser demitido e dar lugar a Mano.
Com o futuro do treinador ainda incerto, a direção intensifica as análises para preencher as lacunas no departamento de futebol. O clube não tem executivo, coordenador técnico e a vaga da preparação física está ocupada interinamente pelo auxiliar João Goulart.
As próximas horas serão decisivas novamente. O Inter treina na manhã desta terça-feira com portões fechados. À tarde, a delegação embarca para uma decisão contra o Metropolitanos, na quinta-feira, às 21h, em Caracas, na Venezuela.(GE).