China Linda
Poesia gaucha “Recanto Sentinela da Fronteira”.
Com um toque divinal
Deus fez o Adão dormir
E nesse leve embair
A tributos do arquiteto
Negaciando e mui discreto
Para confeitar a bela
Fez a extração da costela
E caprichou no projeto
Nomeou anjos estilistas
Mestres da crisografia
De relativa magia
Dando sequencia a labuta
Que maravilha de fruta
No linguajar campechano
Da costela do paisano
Saiu a morena enxuta
Depois com o tempo e o clima
Algumas foram branqueando
Outras cabelo alisando
E na face um tom bronzeado
Levemente amorenado
Dando realce a figura
Diminuindo na cintura
Olhos preto amendoado
Com todos adjetivos
Da minha expressão poética
Sintetizando na estética
O escultor fisiológico
No real ou mitológico
Ao certo não entendemos
De jeito nenhum sabemos
O princípio genealógico
Diga quem diga o que queira
Não existe objeção
De a cavalo na razão
Norteia um ponto sensível
Denominar é impossível
Riscar os traços da china
Arte e bondade divina
É o caminho mais plausível
Entre os dátilos e os podos
São terminais delicados
Sussurros açucarados
Aquele olhar penetrante
Que miniatura gigante
Tal sensual e tão bonita
Olho pra ti chinoquita
Vejo um cenário chocante
Vejo uma moça sorrindo
Uma menina chorando
O mesmo no mais brincando
Uma vovó na velhice
Meu velho pai sempre disse
Que em versos ora redundo
O mundo não era mundo
Se a mulher não existisse
Requer por todos quadrantes
Pelo instinto ou ideal
No que tange ao natural
No contexto da existência
Uma fatia da essência
aqui te canto no verso
Na conclusão do universo
No plano da providencia
Bíblia Torá Alcorão
Pelos princípios da crença
Não existe diferença
Cantando ao seu bel prazer
Eu já cansei de dizer
Não tem como reclamar
Que a arte de comandar
É igual a de obedecer
O patrão velho lá de riba
Sancionou essa hierarquia
Artigo da profecia
Nessa grafia dileta
Traduz na rima do poeta
Estou aqui para afirmar
Que ninguém pode mudar
A redação do profeta
Os janeiros vão cruzando
Surrado pelos minuanos
Entre rei hunos e vaqueanos
Enfeitiçados de amor
O doce mel doce da flor
Um coração que agoniza
Tua voz chinoca suavisa
Um coração sofredor
Miracatu, julho de 2018.
Luiz Scherette.