Brasil recebe fertilizantes da Rússia mas situação ainda não está normalizada, diz StoneX
Segundo diretor de fertilizantes da Stone X, mais importante que a valorização dos preços é ter a certeza de que
Segundo diretor de fertilizantes da Stone X, mais importante que a valorização dos preços é ter a certeza de que haverá oferta do produto.
O envio de fertilizantes russo para o Brasil segue seu fluxo, mesmo após quase dois meses de guerra no leste europeu. A informação consta em um relatório elaborado pela consultoria Stone X, que mostra que até o início de abril, cerca de 600 mil toneladas de fertilizantes vindos da Rússia estavam a caminho dos portos brasileiros. O diretor de fertilizantes da Stone X, Marcelo Mello, ressalta que a carga foi enviada antes mesmo do início da guerra na Ucrânia, já que a importação do produto pode levar até 60 dias para chegar ao Brasil. Além disso, ele diz que o fluxo ainda não está normalizado.
“A impressão que tenho é que assim que começou a guerra, os embarques da Rússia para o mundo todo foram a 0. Um mês após o início do conflito vemos uma recuperação de novos navios saindo da Rússia, mas em volume muito abaixo do normal. Essa é uma situação complexa, onde não podemos ficar tranquilos, achando que os volumes estão vindo da Rússia para o Brasil. Não é isso que está acontecendo”, destaca Mello.
Em relação aos preços, o especialista aponta para o cenário de alta em alguns dos principais fertilizantes, onde o nitrogênio acumula elevação de 70% desde o início da guerra. Potássio e fósforo também registraram valorização, de 45% e 55%, respectivamente.
“Até setembro temos garantindo o fornecimento de fertilizantes. Contudo, precisamos de um volume grande para ser embarcado nos próximos meses para que esse produto chegue aos produtores até agosto. Nesse momento, os preços passaram a ter um efeito menos relevante na questão dos fertilizantes. O mais importante é ter certeza do abastecimento, pois ainda há duvidas”, ressalta. (Canal Rural)